
Isso se deve à alta da inadimplência dos mutuários, que atingiu 9,2%.
As duas empresas funcionam assim: elas compram de bancos os seus empréstimos imobiliários, transforma-os em títulos e os vende a investidores. Repassam o dinheiro dos investidores a bancos, para que os mesmos possam emprestá-los aos mutuários, enchendo o mercado de recursos de financiamento à casa própria, aumentando a liquidez.
As duas empresas, com uma carteira de quase USD 5,3 trilhões, ou seja, quatro vezes a economia do Brasil, foram pegas maquiando balanços, fraudando números, numa tentativa vã de salvar-se depois da desmesurada busca por "não-sei-o-quê" em tempos de aumento brutal da liquidez econômica.
O economista Joshua Rosner escreveu no Financial Times (15/7/08) que, "Numa economia capitalista, espera-se que os perdedores assumam as perdas e os ganhadores, os ganhos". E isso foi exatamente o oposto que se viu nessa ação do governo americano, socializando as perdas. Nesse sistema onde nada ruim pode acontecer, o Estado, ao invés de diminuir, cresce, fazendo com que os contribuintes paguem por perdas alheias e fazendo com que uma das características do mercado, a existência de perdas e ganhos, desapareça.
Uma empresa mal gerida, hedonista na bonança, agora clama por socorro estatal e é atendida em nome do "sistema" e de sua "sobrevivência". Na época que não se precisa, diz-se que o Estado deve-se afastar. Mas, cadê a regulação? Ou será que o Estado falhou até nisso, sendo essa sua única função? Até nisso ele falhou ? Mas no socorro não deve falhar.
Quem falhou que pague, custe o que custar.
Quem ganha com isso tudo é o governo americano. Quem perde é o capitalismo. E o contribuinte.
Agora, o Estado americano é dono de, mais ou menos, 60% do mercado imobiliário daquele país. Parece conversa de chavista.
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