Previsão

Em 1968, há exatos 40 anos, Robert Kennedy, irmão do presidente John Kennedy, disse em uma entrevista para um jornal americano que "Os EUA caminham para ter um presidente negro em 40 anos. Estamos lutando e progredindo para isso. Não aceitaremos o staus quo."

Robert Kennedy também foi assassinado, assim como seu irmão, enquanto fazia campanha para a indicação democrata a presidente. Político hábil, eminência parda no governo do irmão, morreu quando era dada como certa sua vitória nas eleições daquele ano.

Ele disse que em 40 anos os americanos teriam um presidente negro. Repito: há exatos 40 anos. E Barack Obama está muito próximo de fazer valer a profecia.

Robert Kennedy foi um homem visionário e com senso histórico aguçado.

Minha admiração.

Veja o vídeo, em inglês.

A história sendo escrita



A passagem do pré-candidato democrata à presidência dos EUA Barack Obama por Berlim, onde fez um discurso para mais de 200 mil pessoas, é daqueles tipos de evento onde eu, apaixonado convicto, boto minha cara a tapa e reconheço a importância do mesmo para a grande história desse universalmente minúsculo planeta.

Ver um grande líder falar em "construir pontes e derrubar muros" em um local onde um muro marcava um mundo dividido é deveras significativo.

Obama falou de tudo o que realmente interessa: comércio, paz, fortalecimento e reforma de instituições multilaterais, energia, meio ambiente. Falou, no coração da Europa, que os europeus precisam fazer mais, tanto em questões de segurança quanto econômicas, ou seja, demonstrou que a cooperacão é essencial. A Europa, tão acostumada a acusar os EUA pelos vários problemas que o mundo tem hoje, ouviu que também precisa participar. Nada mais animador já que ele foi saudado como herói...e disse a verdade, nem sempre boa de se escutar.

Reunir 200 mil pessoas na coluna da Vitória não é pouca coisa. Reacendeu velhos ideias americanos e europeus, dividiu responsabilidades, mostrou a que veio. Se ele vai virar a casaca? Não sei. Se ele vai ser apenas mais um na política americana? Não sei. Só sei que esse negro, filho de pai mulçulmano, neto de quênianos, educado em madrassas indonésias, de sobrenome Hussein é o mais significativo produto da capacidade e da possibilidade que a democracia possui de oferecer opções.

Estamos vivendo um momento histórico. Essa é a minha singela opinião.

"Todos estão céticos com o processo político. A liderança parece ter perdido substância. A política parece ser mais um negócio que um missão. Sinto que as pessoas acreditam que o poder sempre triunfa sobre os princípios. Mas, ao mesmo tempo, acredito piamente que estamos todos conectados de alguma maneira."

Obama, 2004

Discurso histórico em Berlim. Clique aqui.

Recomendo um discurso que Obama fez na convenção democrata de 2004. Visionário e pacificador. Clique aqui.

Vídeo de sua campanha ao senado de 2004. Clique aqui.

Fernando Braudel

"A economia mundial é a superfícia de vibrações mais ampla possível, que cria uma uniformidade de preços numa área vasta, como um sistema arterial que distribui sangue através de um organismo vivo. É uma estrutura em si mesma."

"O capitalismo no passado, diferentemente do atual, ocupou apenas uma estreita plataforma da vida econômica. Se elegeu certas áreas como residência é porque eram as únicas que favoreciam a reprodução do capital. Entretanto, no início do século XX, o capitalismo foi sendo adaptado às exigências de nacionalismos e bem-estar social de tal forma que suas operações foram-se afastando progressivamente dos princípios do mercado."

Fernando Braudel

Deu no El País


Bill Gates e Michal Bloomberg juntos na luta antitabagista


Como ando acreditando cada dia mais na atuação de fundos privados para o desenvolvimento, como o administrado por Bill Gates e sua esposa, trago aqui a primeira grande aparição do fundador da Microsoft após sua saída da mesma.

Junto com o prefeito de Nova York Michael Bloomberg, Gates lançou uma campanha contra o tabagismo destinada a países em desenvolvimento de cerca de 500 milhões de dólares. Hábito esse que mata cerca de 5 milhões de pessoas, mais do que a AIDS, a malária e a tuberculose juntas. O projeto financiará iniciativas de apoio a quem deseja parar de fumar, proibir anúncios publicitários, proteger os não fumadores da exposição contra o cigarro, entre outras.

Sendo um problema de saúde pública, a iniciativa é muito bem vinda.

Inspirada na idéia das cidades sem fumo, que começou em Nova York e já espalhou para diversos países, a idéia é financiar projetos semelhantes em países em desenvolvimento, livrando-os dos custos econômicos e sociais que a epidemia de tabaco traz. Dinheiro e esforços esses que poderiam estar focados em coisas mais importantes do que nesses custos facilmente evitáveis.


Matéria completa, clique aqui.
Não gosto da direita. Porque é de direita.
E também não gosto da esquerda. Porque é de direita.

Millôr

Adão Iturrusgarai