Viagem a Cingapura

Duas coisas para se fazer em Cingapura: aproveitar a hospitalidade das pessoas e seguir as regras. Se você fizer isso, terá os melhores dias da sua vida.

Essas foram as palavras do taxista que me pegou no aeroporto de Cingapura. Bom, exageros a parte, pode apostar que ele chegou bem perto.

Cingapura é uma ex-colônia inglesa situada num ponto privilegiado do planeta, entre o Índico e o Pacífico, o que a transformou numa rota comercial bastante lucrativa.

Com uma heterogeneidade incrível e uma coexistência pacífica entre etnias distintas como chineses (80% da população), malaios (5%) e descendentes dos povos hindus e mulçulmanos do sub-continente indiano. É muito interessante ver um templo hindu no meio de Chinatown. Dizem que o bairro de Little Índia é igual a Calcutá.

A pujança econômica da cidade assusta, arranhas-céu, carrões, telões, imensos shopping centers, todo mundo falando ao celular. Mas ao contrário do que diz um amigo meu que foi ao Japão, aqui as ruas não são silenciosas. É a presença de tantas etnias que faz Cingapura pulsar. É o cheiro de incenso em todos os cantos, é o empreendedorismo, a diversidade religiosa. E olha que também há muitos ocidentais.

Me parece um pais preparado para o mundo, para uma crescente globalização.

Com leis duras, ninguém me pareceu reprimido, me dando a sensação de que os lugares públicos são respeitados simplesmente por serem públicos. Não encontrei quase nenhuma sujeira, nenhum cocô de cachorro e nenhuma guimba de cigarro no chão. Dá pra ver que é possível as pessoas não sujarem os lugares públicos.

Uma viagem altamente recomendável para quem gosta de diversidade. E outra: a Ásia é que é realmente uma experiência cultural chocante. Sentar nos três primeiros restaurantes em uma viagem e tudo o que se pede não se conseguir comer é diferente de tudo o que já vivi. Quase nada aqui é igual aí.

Mais 5 dias de Cingapura. Postarei mais curiosidades depois.





Maputo

Reproduzo abaixo um post do Blog Pé na África (link à direita), do jornalista Fábio Zanini, sobre Maputo, a capital moçambicana, lugar que me traz boas memórias, grandes saudades.

É uma descrição perfeita da cidade, de suas ruas e de seu povo. Confesso que me emocionei.

Maputo: brisa, silêncio e pastéis

MAPUTO (MOÇAMBIQUE) – É a segunda vez que venho a Maputo (a primeira foi há cinco anos), e embora a capital moçambicana esteja muito mais movimentada agora, com o som de britadeiras provando que esta é uma economia em expansão rápida, a cidade continua intrigantemente pacata.

Ontem à tarde fui dar uma volta pelo centro e a pergunta que me fiz foi: isso aqui é mesmo o centro? O estereótipo da capital africana, congestionada, barulhenta, feia e suja, aqui não se aplica. Não se trata de repetir a máxima consagrada pelo presidente Lula, de que “é tão limpinho que nem parece a África”. Maputo é uma cidade decididamente africana, com suas minivans atropelando quem bobear no meio da rua, camelôs vendendo DVDs piratas e máscaras artesanais, e os inevitáveis anúncios de feitiçaria.

Mas tem um toque meio caribenho, avenidas largas, o oceano Índico na paisagem, e mais árvores do que você jamais verá no centro de São Paulo.

Quando os portugueses decidiram controlar o sul da África, lá pelo século 15, adotaram a estratégia irretocável de controlar suas duas pontas, a do Atlântico e a do Índico, e o resto viria como conseqüência. Não foi bem assim que funcionou, mas isso é outra história. As duas cidades que viraram cabeça de ponte do projeto, Luanda de um lado e Lourenço Marques (hoje Maputo) de outro, não poderiam ser mais diferentes.

Luanda é um inferno de congestionamentos, gente gritando, arranha-céus e favelas monumentais. Maputo não adquire um ar metropolitano nem na hora do rush. Ontem levei exatos 15 minutos às 18h30 do centro da cidade até o aeroporto, distante 10 km. De noite, voltando para o hotel, notei um casal correndo de maneira estranha pelas calçadas. Depois outro, depois um grupinho, depois dezenas e dezenas, inclusive um branco gordo que se matava para subir uma ladeira. Eram pessoas fazendo cooper em pleno centro da capital do país, como se Maputo fosse um grande Central Park.

Luanda torna-se uma zona proibida após certa hora da noite. Em Maputo, caminhar pelo centro de madrugada, como fiz ontem ao sair de um restaurante, é uma delícia. Luanda é feia, perigosa, Maputo tem alamedas e tiozinhos sentados nas dezenas de pastelarias da cidade, tomando seu cafezinho da tarde.


O angolano fala rápido, sorri pouco, às vezes parece agressivo a quem não está acostumado. O moçambicano é todo simpatia, e assumidamente opera em marcha lenta.

Por outro lado, é Angola hoje quem dita o ritmo cultural da África lusófona, e de grande parte da África, aliás, com suas jazidas de petróleo gigantescas, uma economia vibrante e as mais interessantes expressões culturais dessas bandas, do kuduru (uma espécie de funk local) ao rap à crescente paixão deste continente pelo basquete.

Se você quer estar onde as coisas acontecem na África, é para Angola que deve ir. Mas se quer viver bem, comer um bacalhau e um pastel de Belém e aproveitar a brisa oceânica, sua opção é Maputo.

Eduardo Gianetti

Eduardo Gianetti, iluminando nossas mentes nesses dias menos sombrios que o propalado por aí!

Genial!

Drummond por ele mesmo!

Direção: Fernando Sabino


Obama

Ontem, ao assistir o debate dos candidatos à presidência dos EUA, notei como seria importante se McCain perdesse para Obama e os EUA enterrassem de vez aquela política dos mavericks, dos patriotas que dizem saber como salvar o mudo pois "fui-a-guerra-e-sei-como-nosso-país-é-superior-e-capaz-de-liderar-o-mundo-para-a-liberdade-e-a-prosperidade."

Obama é mais presente, mais conectado com as boas práticas. Quando o vejo falar certas coisas eleitoralmente eficazes, só por esse fato, vejo que fica incomodado, que não queria estar ali falando aquilo.

Se não falar não ganha a eleição? Me parece que não.

Eleições 2008


Eu realmente não entendo toda essa nacionalização das eleições municipais. Se o Kassab ganhar é porque o Serra se capitaliza cada dia mais para as eleições de 2010, se Marta perder é porque Lula está mal das pernas .

Eu, honestamente, acredito que o crucial para as eleições municipais é a necessidade mais imediata da população, ou seja, o administrador e sua capacidade de fazer mais no dia-a-dia do cidadão. As administrações municipais são fantásticas pois as mesmas tem a obrigação de atuar na rua onde você passa todos os dias, na praça que você leva sua namorada pra tomar sorvete e seu filho pra brincar.

O Kassab vai ganhar em SP porque sua administração é aprovada pela população e a da Marta não foi quando de sua passagem pela Prefeitura.

E isso ocorreu em várias cidades do Nordeste, região onde Lula tem forte popularidade. Apoiou vários(as) candidatos(as) e vários deles(as) foram derrotados pelos(as) prefeitos(as) que fizeram uma boa gestão local.

As administrações públicas, por serem parte do cotidiano mais próximo da população, vão continuar a ser independentes do cenário nacional, embora parte da imprensa insista que não. Se o prefeito é bom ele se reelege ou elege o sucessor. Basta ter uma campanha bem estruturada comunicando bem os feitos alcançados.

Na vitrola!


Tim Maia e toda sua discografia na minha vitrola essa semana, pela enésima vez.

Ela e quem o gravou, como o Roberto Carlos que conseguiu fazer uma música do Tim ficar melhor que a versão original gravada pelo gordinho mais charmoso da Tijuca, no caso, a música Não vou ficar.

Long live Tim Maia