Relatório de Inteligência

Nos EUA, a cada 4 anos, é redigido um relatório sobre tendências globais chamado de Global Trends, que vale como uma predição do que vai acontecer no mundo em diversas áreas. O mesmo é elaborado pelo Nacional Intelligence Council, orgão do governo americano.

O lançado hoje chama-se Global Trends 2025.

E o mesmo traz afirmações sérias, como o declínio do poder militar americano, uma nova configuração econômica mundial e novos pólos de poder.

Eis algumas afirmações:
  •  A atual crise financeira marca o início de uma grande mudança na economia global;
  • O dólar vai perder consideravelmente seu valor;
  • Haverá transferência de renda do Ocidente para o Oriente;
  • Os EUA continuarão sendo o país mais poderoso do mundo. Mas perderão parte de sua influência para países como China, Índia, Brasil e Irã.
  • Nos "próximos 20 anos de transição para um novo sistema estão cheios de riscos" para os EUA;
  • Até 2025, o mundo pode se tornar um lugar mais perigoso, com menos acesso das populações à comida e água.
  • Com novos pólos de poder, o mundo terá mais conflitos do que na época da Guerra Fria, marcada pela bipolaridade entre EUA e União Soviética.
  • O aquecimento global e a escassez de recursos naturais provocarão guerras no futuro;
  • A disseminação de armas nucleares também deve crescer. Estados vistos como "párias" e grupos terroristas terão acesso a artefatos nucleares;
  • Para a inteligência americana, a ação dos líderes globais será decisiva para os rumos do planeta.
Até aí nada de novo. Vejo apenas como confirmação a várias teorias hoje propaladas por aí. Mas uma coisa me faz pensar: o último item, acerca da ação dos líderes globais. Aí coloco a necessidade de liderança não apenas personalistas mas institucionais, com novas e fortes instituições globais.

O mundo não vai mudar muito. O que pode mudar é a atuação multilateral, trazendo novas ações, concertadas, a fim de mudar o que não anda dando certo. 

A ONU, se reformada, pode ser essa instituição.

0 comentários: